A medida provisória 984, assinada pelo presidente da Republica, Jair Bolsonaro, na última quinta-feira (18), vem dando o que falar. Isso porque, a MP altera a dinâmica dos direitos de transmissão do futebol brasileiro, dando aos clubes mandantes a prerrogativa de negociarem seus direitos de exibição com mais ‘liberdade’. Tal alteração dividiu opiniões, inclusive de grandes parceiros, como a Rede Globo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Parceiros comerciais há mais de 30 anos no cenário do futebol nacional, Globo e CBF adotam, neste primeiro momento, interpretações divergente no que diz respeito a este tema. Segundo informações do Uol Esporte, enquanto a emissora defende que a MP não pode afetar os contratos previamente assinados, a confederação acredita que a medida deve causar efeitos imediatos.
Para a Rede Globo, que tem contrato de transmissão de estaduais e do Brasileirão com diversos clubes até 2024, prevalece, durante a sua vigência regra anterior: apenas uma emissora pode transmitir uma partida se tiver direitos de ambas as equipes participantes. Para a exibição do Campeonato Carioca, apenas o Flamengo não fechou acordo com a emissora. Já para o Campeonato Brasileiro, o Mais Querido e o veículo têm contrato vigente por mais quatro anos.
A CBF, por sua vez, parceira da Globo desde 1987, acredita que após a medida assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, as emissoras que tenham contratos com um clube estão autorizadas a transmitirem as partidas apenas se esse clube seja o mandante da partida. Ou seja, como apontou o Uol, na visão da confederação, a nova medida não prejudica quem já tinha contratos estabelecidos, uma vez que os jogos que já tinham transmissão prevista não são afetados.
Confira os comentários de Bellintani sobre a medida provisória 984:
1. Muita gente me perguntando pq estou tão animado com o novo modelo dos direitos de TV. Vou detalhar. O modelo atual é desigual, é horrível. Não foi capaz de promover a união dos 20 clubes. E nenhuma lei que obrigue a união plena seria aprovada no Brasil hj, sejamos realistas.
— Guilherme Bellintani (@gcbellintani) June 19, 2020
O sistema atual não estimula a competitividade. Novos contratos, pós 2018, prolongaram a desigualdade. O produto mais autônomo vai facilitar a formação de blocos e negociações coletivas. Os 10 clubes que menos ganham podem ser donos de 50% dos jogos se estiverem unidos. https://t.co/bI6hsCRKXk
— Guilherme Bellintani (@gcbellintani) June 18, 2020
6. E na Tv Aberta, quais as ameaças/oportunidades? Situação parecida. Se, por exemplo, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Vasco etc fecham com a Globo, a única saída para o Bahia na Tv Aberta é fechar com a Globo. Pq se Bahia não tiver esses jogos a Tv Aberta vale muito pouco.
— Guilherme Bellintani (@gcbellintani) June 19, 2020