No Bahia, a pauta que está em maior destaque no momento é a expectativa pela reestreia do atacante Fernandão, recém-contratado pelo Tricolor e regularizado na última quinta-feira. Por coincidência, é semana de clássico e, com isso, duas regras básicas são seguidas à risca: dúvidas dos torcedores em relação ao time que vai à campo e mistério nos bastidores do time.
Em entrevista coletiva no Fazendão, na tarde desta sexta-feira, o técnico Enderson Moreira resolveu jogar panos frios na situação de Fernandão.
“Em relação ao Fernandão, a gente está avaliando bem. Fernandão hoje não tem condições de poder participar de um jogo completo. A verdade é que Fernandão talvez tenha sido o atleta que se apresentou com maior período de inatividade de treinamentos. Talvez a gente tenha hoje o menor tempo de preparação de qualquer outro atleta que temos aqui. Se por um acaso, e acho muito difícil, que ele possa estar à disposição, é por um período muito curto. Não adianta gritar o nome dele no intervalo. Ele não vai jogar. Se entrar faltando 30 minutos, vai sentir muito. Seria uma situação especial, talvez os 15 minutos finais, eu acho que não é o ideal. Risco de ter algum tipo de problema é maior. Ele está ciente dessas dificuldades, se conhece bem, está ansioso para participar da equipe, de jogar, todo jogador tem essa vontade, ainda mais um jogo especial como esse, mas ele tem consciência daquilo que pode fazer. Não adianta entrar sem ter as melhores condições e estar distante do Fernandão que a gente conhece, do Fernandão que a gente quer para a temporada”, disse o treinador.
Derrota para o Bahia de Feira
“Se nós tivéssemos ganho na quarta-feira, poderíamos não ganhar o Ba-Vi? Se fizer o contrário, se a gente tivesse ganho, teria alívio? Tem que ganhar, meu caro. Ba-Vi, independentemente do que está acontecendo, aconteceu, do que pode acontecer, tem que vencer. Poderíamos estar vindo de 11 triunfos consecutivos, podia ser um jogo que não representasse absolutamente nada na competição, é um jogo que a gente não quer perder de maneira nenhuma. Não tem pressão a mais ou a menos. É a pressão do Ba-Vi, que será sempre Ba-Vi”.
Torcida única no Ba-Vi
“É um certificado, na minha concepção, da nossa incompetência total, e falo em termos de segurança, de que somos incapazes de ir e vir com tranquilidade. Não é só no futebol, acontece a todo instante. Em qualquer lugar, estamos sempre sujeitos a não voltar para casa. Somos mais reféns de ficar em casa, principalmente em algumas regiões. Não temos mais a possibilidade de uma coisa que era linda, o duelo de uma torcida cantar e a outra responder mais alto, fazer uma música, um movimento, rodar camisa. Perdemos isso, infelizmente. Costumo falar que se pudesse selecionar um representante do Brasil, para mim seria o baiano, expressa o que é ser brasileiro. O entusiasmo, o molejo, a alegria para fazer festa com quase nada, resquício de alguma coisa já comemora, acha que é importante. Fico mais triste quando isso (torcida única) acontece nesse estado. Não conhecia e me encanta pela cidade, por tudo, e principalmente pelo povo. Acho o baiano espetacular. E tenho que falar da nossa torcida. Vou falar que é perto da oitava maravilha do mundo. Já tem a oitava? Então seria a nona. É fantástico. Só quem está aqui desse lado pode talvez ter uma noção do que é que é”.