Após o fim da parceria com a equipe do ‘Lusaca’, o Bahia decidiu montar sua própria equipe de futebol feminino, entretanto, com a pandemia do novo coronavírus o projeto poderia ser encerrado como aconteceu com o time de transição.
Em entrevista, o presidente Guilherme Bellintani afirmou que nunca houve qualquer pensamento para o fim do time feminino.
“Para nós, é uma decisão muito natural. Ela acontece quase como uma coisa normal dentro do clube. Nunca cogitamos colocar o time feminino na linha de frente dos cortes. Não faz absolutamente nenhum sentido. Essa não é uma decisão sequer discutida dentro do clube. A gente não trata isso como um assunto que mereça qualquer discussão ou dúvida. Não é que o time feminino não vá ter dificuldades. Apenas eles terão as mesmas dificuldades que nosso time masculino. Nem mais, nem menos. Se a gente puder até diminuir a quantidade de dificuldades enfrentadas pelo time feminino é até melhor porque a gente entende que elas são mais fáceis de serem superadas. Os valores envolvidos são menores pela histórica relação de déficit entre salários das jogadoras e dos jogadores. Infelizmente isso também acontece ainda muito fortemente no Bahia porque o mercado do futebol feminino é um mercado de grande dificuldade de captação de recursos. A gente desloca recursos captados do masculino para o feminino e naturalmente a gente repete aqui ainda uma grande lacuna que encontra-se no futebol brasileiro e no futebol como um todo ainda mundial que é a remuneração do masculino e do feminino. Ainda é muito significativo. Eu encaro isso com algum grau de naturalidade”, disse Bellintani em entrevista ao Dona do Campinho.
Na visão do mandatário tricolor, o futebol feminino precisa evoluir em termos econômicos, mas acredita que mesmo assim a diferença em relação ao masculino é muito maior do que deveria ser. E ele faz essa autocrítica dentro do próprio Bahia.
“O futebol feminino ainda tem que evoluir muito sob o ponto de vista econômico, lutar muito pelo seu espaço, mas por outro lado eu acho que o déficit é muito maior do que deveria ser. A diferença é muito maior do que deveria ser. Ela já deveria estar reduzida. Eu falo isso também inclusive ao Bahia como uma autocrítica aqui do nosso trabalho. Mas nunca passou pela nossa cabeça, sequer foi discutido um corte no futebol feminino de jeito nenhum. A gente entende que isso está dentro da cultura do clube, está dentro das normas de nossos princípios, metas que a gente estabeleceu. Naturalmente qualquer dificuldade que a gente tenha no futebol feminino, ela será inerente à própria circunstância, mas não será maior com o que a gente tem com o futebol masculino, por exemplo, em termos de cortes. De jeito nenhum”, afirmou.