O Bahia venceu o Jacuipense, na noite deste domingo, com a simples vantagem de 1 a 0, no Estádio Valfredão, pela segunda rodada do Campeonato Baiano. O Tricolor teve dificuldade para criar chances diante de um adversário bem postado na defesa, mas o técnico Renato Paiva ressaltou, durante entrevista coletiva após o jogo, que os jogadores trabalharam para vencer o jogo até o final. O gol de Ricardo Goulart foi marcado aos 37 minutos do segundo tempo.
“Os jogadores precisam se habituar a sair da zona de conforto para encontrar soluções. Isso que fizemos hoje” – detalhou Paiva.
O técnico português opinou sobre a atuação da equipe, abaixo da expectativa, mas exaltou que foi preciso mudar a forma de jogar por causa do gramado do Valfredão.
– Sem dúvidas nenhuma. Em um gramado melhor a bola vai circular mais rápido. Esse gramado nos obriga uma exigência muscular muito maior. E a bola não anda rápido. Nosso jogo tem uma base de circulação muito rápida. Não é uma desculpa, é uma realidade. Na Fórmula 1, quando começa a chover se usa pneu de chuva. Aqui é parecido. Se o gramado não ajuda, temos que mudar a forma de jogar – detalhou o treinador.
O técnico do Bahia também ressaltou a capacidade de trabalho de seus comandados diante do atual vice-campeão baiano. Apesar das dificuldades para chegar ao gol do Jacupiense, o Tricolor atingiu o objetivo o suficiente para vencer.
– Muito orgulhoso dos jogadores e da capacidade de trabalho. Jogamos fora de casa contra o vice-campeão baiano em condições de jogabilidade baixas. Mesmo assim, entramos muito bem no jogo. Circulamos a bola e entramos nas zonas mais vezes que eu esperava. Depois o jogo se tornou mais difícil. Na segunda parte isso se acentuou. Muitas vezes o adversário defendeu com seis e isso nos dificultou. Mas tivemos 16 finalizações e nove oportunidades de gol. Isso é o que eu pedi aos jogadores. Temos que querer ganhar. Às vezes não vamos conseguir, mas temos que querer sempre. Se não vai na qualidade e no talento, vai na força do trabalho e isso me deixou muito satisfeito hoje – ressaltou Renato Paiva.
Veja outros trechos da entrevista coletiva de Renato Paiva:
Campo ruim
– Isso não é uma novidade. Eu cheguei agora e já sei. Falar do campo é deixar margem para desculpas. E nós aqui não queremos desculpas. Estamos aqui para encontrar soluções. Foi o que fizemos hoje. Os problemas existem no futebol e na vida, e se não buscarmos soluções vamos ser só mais um. E não somos só mais um. Somos Bahia.
Ryan
– Não vou falar dos treinadores que aqui passaram. Tenho muito respeito por todos. Eu não estava aqui e não posso comentar porque não usaram ele. Não sei. Agora lançar jogadores é algo que fiz minha vida toda. Vim para isso. Ainda tem Vehron e Kenedy, que estava na Copinha. O Ryan é um jogador de muita engergia, muito rápido. Temos que frear para ele não correr tanto. É preciso saber correr. Onde correr, quando correr. Ele ainda é muito jovem e vai aprender isso. A porta abriu, agora ele tem que aproveitar e fazer o caminho dele, porque a porta também fecha. É fundamental ter essa capacidade de rentabilizar as condições do Centro de Treinamento e do trabalho da base.
Mudanças
– Muita da minha trajetória passa de decisões de jogadores que não foram convocados e depois são titulares. No final de todo jogo tem um treino e outro jogo. Não vai existir peças descartadas nesta equipe. E aqui ninguém vai jogar por nome. Aqui vai jogar quem trabalha. Vamos dar oportunidades, temos que ser profissionais. A ambição de querer mais no treino vai definir. Essa é nossa grande vitória.
Ricardo Goulart e torcida
– Repare. Hoje é domingo, nem sei que horas são, mas a gente já joga quarta-feira. Dois dias para recuperar e treinar. Louco seria eu se utilizasse sempre jogadores. Agora há timing físicos. Alguns jogadores chegaram mais prontos que outros. Queremos sempre ganhar, mas existem formas diferentes. Hoje a forma de ganhar era outra diferente da que vamos ter normalmente. Nossa torcida merece o maior respeito. Hoje foram espetaculares. A torcida é o coração de um clube. São eles que sofrem, que riem, que choram, que fazem viagens para nos acompanhar. Eles merecem respeito. E o maior respeito que podem ganhar é ver que queremos vencer todos os jogos. Hoje já fizemos mudanças, próxima quarta vamos fazer mais mudanças.