O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani participou de um bate-papo nesta quarta-feira com dois jornalistas escolhidos pelo clube, realizada pela plataforma do sócio digital. Conforme já explicado na nota em que anunciou a saída do profissional, Bellintani assumiu que errou na decisão de contratar um técnico estrangeiro com o campeonato em andamento.
– Momento importante, ruim. Primeiro, pela pontuação no campeonato, é a segunda rodada consecutiva na zona de rebaixamento. E uma decisão até estranha para a cultura do Bahia, de preservar os resultados ruins por mais tempo até decidir uma troca. Mas tomamos a decisão com convicção, compartilhando, dividindo opiniões. Entendemos que houve um erro na chegada de um treinador estrangeiro no meio do campeonato, que demora para conhecer o elenco, a competição. E a gente entendeu que foi necessário corrigir o rumo, e a demissão teve o objetivo de trazer uma correção de rumos, buscando um treinador com mais conhecimento do elenco, da competição, entendendo que o momento requer atitude imediata, urgente. Mesmo que seja uma decisão estranha, pelo tempo de Dabove no clube, a gente entendeu que o trabalho não estava evoluindo. Foi a melhor decisão para corrigir o erro que cometemos de trazer um treinador estrangeiro sem conhecimento do clube e da competição no meio do campeonato – afirmou.
Diferente do perfil a que torcedores e imprensa estão acostumados, o presidente do Bahia não poupou críticas em relação ao trabalho de Diego Dabove, sobretudo na parte defensiva. Vale lembrar que o Bahia tem a pior defesa da Série A.
– Não tenho nada contra um treinador que escolha, taticamente, um modelo de jogo de ligação direta. O que não posso concordar é uma ligação direta em que a gente perca toda primeira e segunda bola dentro de campo. Acho que o treinador que execute bem as suas ideias, Cuiabá, Juventude, América-MG, Fortaleza… Que têm elencos equivalentes ao nosso. O Ceará, que investiu mais que a gente… Atlético-GO… São clubes que jogam de maneiras diferentes. Mas todos jogam com uma defesa protegida. Não posso admitir que a gente vai escapar da Série B com a pior defesa do campeonato. O treinador que vier tem que corrigir. Nossa defesa está muito exposta. E aí não falo da qualidade da defesa. É o sistema defensivo como um todo, forma de proteger. Nós devemos fechar, entre hoje e amanhã, a contratação de um novo treinador. Assim que fechar, a torcida será avisada. O treinador deve trabalhar amanhã e sexta para a partida contra o Athletico, no sábado – disse.
Bellintani também falou sobre a regra que proíbe a demissão de dois treinadores ao longo da Série A, sob a pena de ter a equipe treinada por um profissional da casa.
O presidente do Bahia criticou a regra e deixou a entender, nas entrelinhas, que a saída de Dado Cavalcanti foi em comum acordo, portanto ainda é possível assinar com um novo técnico.
– Na época em que essa rega foi votada, eu fui quem mais discordou e criticou. Fui, de certa forma, tido como alguém que era contra a permanência longa dos treinadores. Não sou contra a limitação, mas, do jeito que foi aprovada, não vai adiantar. “Comum acordo” virou chacota no Brasil. Todo mundo coloca isso nas divulgações. O Bahia faz seus acordos de demissão, desligamento, comum acordo… Vira uma ficção ficar divulgado isso. A gente faz de uma forma que nos proteja, que o treinador esteja de acordo e que a gente consiga fazer o que quiser com o tempo. O Bahia paga suas próprias contas. Fica esse fingimento de comum acordo. Não vamos participar disso. Não vamos fazer nota de fingimento geral sobre os termos. Mas o torcedor pode ficar tranquilo, que, quando tiver trinador, ele vai poder treinar o time – disse.