O Bahia teve dificuldade para vencer o Bahia de Feira, na noite desta quarta-feira, na Arena Fonte Nova. Depois de um primeiro tempo ruim, com direito a troca de Diego Rosa por Ricardo Goulart, o Tricolor foi mais intenso no ataque na segunda etapa para vencer de virada, por 2 a 1, com gols de Everaldo, e se garantir na semifinal do Campeonato Baiano.
Após a partida disputada na Arena Fonte Nova e válida pela sétima rodada do Baianão, o técnico Renato Paiva ressaltou o poder de reação do Bahia e avaliou o primeiro tempo ruim da equipe.
Na primeira resposta da entrevista coletiva após o jogo, o treinador português afirmou que o time não jogou bem por causa de erros técnicos e instabilidade emocional, além de citar alguns detalhes que levaram a essas falhas.
– Muito simples: acalmá-los. Ao contrário do outro dia em Ilhéus, foi tudo muito isso. Tiveram que me acalmar. Hoje senti instabilidade emocional. E essa instabilidade aparece porque não jogamos bem. Essencialmente erros técnicos. Algumas questões posicionais contra uma organização defensiva mais baixa em que nós muitas vezes estávamos com quatro jogadores à frente do bloco. Falta gente no meio do bloco. E depois, tocávamos a bola, mas sem progressão. Se não atacar com bola, o Bahia não se mexe – iniciou o treinador.
– As equipes, muitas vezes, baixam mais e esperam nossa equipe. Isso é um elogio à nossa equipe. Temos que encontrar antídotos para isso. Hoje, na primeira parte, não conseguimos encontrar antídotos, a não ser uma bola parada. E isso destruiu uma equipe totalmente em questões emocionais. Quisemos fazer tudo com pressa e mal. Podemos jogar com pressa e bem. A partir daí, o jogo quase acabou – disse o treinador.
Vaias da torcida
– Eu tenho certeza que a torcida tem sempre direito a opinião. Se a equipe não joga bem, eles podem vaiar. Mas no mundo ideal, eu prefiro que a torcida se manifeste só ao final. Não no intervalo e durante o jogo. E compreendo que a torcida não estava satisfeita, é natural. Mas deixo esse apelo. Durante o jogo não ajuda maltratar. Vaiar e assoviar. Sei que eles têm o direito, mas deixo esse apelo. Acabou o jogo? Venham para cima. De mim e dos jogadores. Reclamem, façam críticas. Mas durante o jogo e no intervalo, não. Acho que nossa equipe não tem jogado mal na maioria das vezes. Os resultados, sei que não foram os que os torcedores queriam todas as vezes. Mas os jogadores não estão merecendo as vias. Hoje, na primeira parte merecia, mas não ajuda. Tive que acalmar os jogadores no intervalo por isso. São jogadores de futebol, ganham milhares de reais, mas ainda são pessoas. Então deixo esse apelo. Durante o jogo nos ajudem. Ajudem porque precisamos. Na volta do intervalo foi assim. Logo que o juiz apitou eles nos ajudaram e foi muito importante. Fomos para cima.
Zagueiros
– Em princípio não (precisa de mais reforços para a zaga). Gabriel está lesionado. O Marcos Victor é um jovem com muito potencial, mas que precisa ser preservado. Então tenho que olhar para os mais experientes. E são três jogadores que não tiveram muitos minutos na última época. Então isso vai aos poucos. Eu mesmo sou muito exigente, não tenho outra forma de ser. Mas é preciso ser uma exigência real. Volto a dizer, somos uma equipe nova, com dois meses de trabalho, temos nove jogos em um mês praticamente. Sem tempo para treinar. Bola parada é treino. Mas quando deixamos de treinar, acontece esse tipo de coisa. Acho que a exigência das pessoas, que estão empolgadas e querem o Bahia perfeito…chegaram a dizer que contra o Ferroviário não jogamos nada. Podemos não ter tido o resultado esperado, mas criamos muito. Precisamos colocar os pés no chão. Não. Não estou esperando mais zagueiros. Kanu, Raul e David são experientes. David está começando a jogar. Raul acumula erros porque falta para ele descanso. É uma análise que temos que fazer com calma, de forma tranquila.