Foi diante de mais de 15 mil torcedores ainda meio desconfiados que o Bahia estreou na Série B 2022 – e aproveitou para quebrar o gelo e a tensão com quem estava na arquibancada. Na Arena Fonte Nova, o Tricolor bateu o Cruzeiro por 2 a 0, com gols marcados por Vitor Jacaré, em um passo para deixar para trás as eliminações no Campeonato Baiano e Copa do Nordeste.
“Acho que nós temos um jogo coletivo e mostramos uma coletividade defensiva que antes não mostramos com tanta força. Soubemos sofrer hoje”, disse.
O treinador avalia que as eliminações do início da temporada deixaram nos atletas um gosto amargo, que os motiva a dar a volta por cima. Guto destacou o tempo de treinamento e a confiança vista em campo.
– A pergunta sua traz um pouco do lado místico para amenizar o estágio em que a gente estava, que acabou não conseguindo desenvolver. Mas esse estágio, a gente sabia que corria o risco. E as pessoas, antes de organizar as competições e a montagem das equipes, elas têm que olhar um pouco para o que acontece no futebol brasileiro. Uma equipe que sai de férias dia 10 de dezembro, dia 10 de janeiro está treinando para dia estrear no dia 15… E aí acontece uma série de coisas. E tudo que a gente falou, desculpe a falsa modéstia, tem acontecido. E, graças a Deus, está acontecendo. É consciência dos estágios – disse.
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Guto Ferreira
Tudo como pediu?
– Jogo importante para nós, em que conseguimos mostrar para o nosso torcedor o quão sério estamos trabalhando, o quão esses jogadores se dedicaram. Essas três semanas nos ajudaram a dar um salto importante. A semana toda o time do Cruzeiro foi exaltado. Não vencemos qualquer equipe. Uma equipe onde a imprensa da Bahia respeitou, e nós também. E vencer da forma que vencemos nos dá a dimensão do que fizemos.
– Primeiro tempo competitivo. Finalizamos três vezes e com mais perigo que eles. No segundo tempo, principalmente depois do gol, eles se mandaram. E foram oito chances sendo seis gols. Fizemos dois gols. E a gente mostrou muita coisa importante. Mostramos solidez. Tivemos índice muito alto de bolas roubadas na terceira zona do campo. Marcamos alto muito bem, o que fez com que a gente conseguisse impor um jogo contra eles. Eles confiavam na intensidade do jogo. Mas nós também conseguimos. E as recomposições também.
Estreias
– A primeira bola do Davó para o Jacaré, gol. Depois retornos importantes. Jonathan retornou em alta, consciente e equilibrado defensivamente. Tivemos muita gente jogando bem. Não sei quem foi o melhor. A equipe fez grande partida. Foi só o primeiro passo. Foi importante, mas, por enquanto, não define nada. Dá confiança. Não adianta se empolgar. Temos que ter a mesma humildade em todas as partidas, continuar trabalhando firme e forte. E contando com o apoio do nosso torcedor. Foi fantástico do primeiro ao último minuto. Jogou com a equipe, vaiou quando os caras tentavam crescer. Hoje foi um jogo de equipe. Tudo fluiu em equipe.
Análise da partida
– Se tivesse assistido às três semanas, você diria que “o Guto trabalhou isso, aquilo”. Fizemos um treino em que a equipe adversária tinha volume. Ganhamos muitas primeiras bolas. Nosso meio saiu mais rápido. Eles tentaram sair de tudo quanto foi jeito. E nós não demos a saída de bola para eles. E nós tínhamos três caras na frente, que contra-atacavam. E por detalhes não fizemos três, quatro gols. Muitas vezes, a imprensa critica, mas não vê o espaço que o treinado tem para treinar, o respaldo que o treinador tem. São situações que o treinador brasileiro precisa trabalhar. Não é pelo fato de ser estrangeiro que ele é bom. Tem treinador em todos os lados do mundo. Aqui, às vezes, a imprensa comenta demais. Não estou dizendo que a imprensa baiana. Talvez o eixo Rio-São Paulo.