A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode ser processada nos próximos dias por não fornecer sprays de barreira às equipes de arbitragem nas partidas da primeira rodada do Campeonato Brasileiro.
Os dois únicos jogos que tiveram o auxílio da ferramenta foram Fortaleza 0 x 2 Athletico e Coritiba 0 x 1 Internacional, mas porque os sprays utilizados pertenciam aos árbitros Bráulio da Silva Machado (SC) e Bruno Arleu (RJ).
Presidente da Comissão de Arbitragem, Leonardo Gaciba disse apenas que seu departamento não recebeu o material para mandar a campo. Procurada para esclarecer os motivos de não haver fornecimento do produto que é utilizado por árbitros em competições brasileiras desde 2001, a CBF não respondeu até a publicação da reportagem.
Poucas semanas antes do início do Brasileirão, a CBF negociou com a Spuni Comércio de Produtos Esportivos a compra de sprays para a competição, mas as conversas não avançaram porque a entidade não aceitou as condições da empresa: 1) reconhecer os direitos fundamentais de Heine Allemagne, proprietário da Spuni, como inventor da ferramenta; e 2) colocá-la como patrocinadora do torneio em vez de apenas comprar os aerosóis.
Diante do impasse nas negociações, os advogados da Spuni enviaram à CBF uma notificação extrajudicial com ameaça de processo caso outro fornecedor fosse procurado. O alerta é para que a entidade “se abstenha de produzir, usar, vender ou importar nas partidas o spray sob pena de medidas judiciais cabíveis”.