Fonte: Felipe Oliveira / EC Bahia |
O empate em 0 a 0 deste domingo, dia 4 de fevereiro, entre Bahia e Jacobina foi marcado pela busca por recuperação. Enquanto o Bahia tentava somar pontos para se aproximar do G4 do Baianão, o Jacobina procurava quebrar a série de três derrotas seguidas no campeonato. Guto Ferreira abandonou o esquema de rodízio momentaneamente e levou para o Estádio Municipal de Jacobina seu time considerado titular, porém sem sucesso. Mesmo sem revezar seus jogadores, o técnico Guto escalou mais um time novo, que ainda não havia atuado junto. A falta de entrosamento resultou em um Bahia pouco inspirado e sem padrão ou modelo de jogo. A equipe tricolor não foi bem na construção de jogadas, impossibilitando a vitória.
Jegue da Chapada
O Jacobina Esporte Clube vive uma situação interna complicada. Entre os problemas enfrentados pelo Jegue da Chapada estão a infraestrutura e planejamento precários, resultando até mesmo em falta de água nas suas dependências. Para essa partida, até mesmo jogadores considerados machucados foram relacionados e precisaram entrar em campo. Por tais razões o técnico Orlando da Hora recentemente ameaçou deixar o clube. Além de treinar a equipe, Orlando soma cargos como diretor de futebol e empresário colaborador do Jacobina.
Torcida “Jegue de Ouro” do Jacobina. Fonte : Robson Guedes |
Resumo do jogo
Em meio aos problemas internos, o Jacobina fez o que pode. Com muita garra e vontade de jogo, os atletas do time do interior compensaram a falta de técnica na raça, com marcação forte e apertada. Sem Régis, machucado, e Gregore, suspenso, o Bahia não conseguia criar jogadas efetivas. O resultado foi um jogo truncado, com muitos erros e poucos lances de perigo. Com Allione, Zé Rafael, Edigar Junio e Kayke (autor de um gol e uma assistência contra o Altos-PI pela Copa do Nordeste) pouco inspirados, além dos volantes Elton e Edson sem perspectiva de criação, o jogo sobrava para o lateral direito Nino Paraíba. De tanto receber a bola para cruzar, foi dos pés de Nino que saiu o primeiro chute ao alvo do Bahia, somente aos 37 minutos do primeiro tempo. Aos 39 minutos, Lucas Fonseca recuou mal e o goleiro Douglas, último homem, foi obrigado a derrubar Michael fora da área. Pelo erro do zagueiro Lucas, Douglas foi expulso. O goleiro reserva Rafael Santos entrou no lugar de Allione, estreando com a camisa do Bahia.
Segundo tempo
Com um homem a menos em campo, o Bahia continuou superior ao Jacobina, tanto na posse de bola quanto na pequena quantidade de chances criadas. No intervalo, Guto Ferreira pôs Vinícius no meio-de-campo para impedir a evolução do adversário. Mesmo com dez jogadores, o Bahia tinha mais posse de bola do que o Jegue. Com o passar do tempo, a condição física precária dos dois times foi ficando cada vez mais evidente. Era possível perceber que o jogo ia se encaminhando para o empate sem gols. O caminhão estacionado do Jacobina impedia o Bahia de dar sequência às poucas jogadas que começava a desenhar. Ainda sem pontos no campeonato, o Jacobina aceitava de bom grado o empate para tirá-lo do zero na tabela. No último lance da partida, Vinícius tentou resolver sozinho. O meia fez boa jogada na entrada da área, limpou e chutou de esquerda. A bola atingiu em cheio o travessão do goleiro Lupita, que assim como os goleiros tricolores, mal trabalhou em campo.
Panela de pressão
Com esse empate, a pressão da torcida tricolor sobre o técnico Guto Ferreira só cresce. Enquanto o tempo passa, o Bahia ainda tenta encantar seu torcedor. É preciso melhorar o entrosamento e criar confiança para enfrentar adversários mais bem preparados nas competições ao longo da temporada. Por enquanto, apenas a impressão de que o trabalho, por parte de Guto, não está sendo feito a contento. Não há como negar que o treinador tenta transformar o elenco em um time competitivo e entrosado taticamente. Mesmo assim, surge o questionamento: será que ele o faz da melhor forma possível? A cobrança a Gordiola é grande desde o dia em que foi contratado para assumir o clube. No próximo jogo do Bahia, contra o Vitória da Conquista, dia 7, quarta-feira, pelo campeonato baiano, na Fonte Nova, tenho certeza de que a pressão será gigante.